domingo, 14 de março de 2010

Pedido


Não digo que vais me encontrar sobre a mesma lua,
Aquela lua que foi minha e tua já se desfez.
Não digo que vais me encontrar como se fosse só tua,
Tua eu era quando teu desejo me pertencia.
Quando fores buscar-me,
Busque-me no abismo que caímos
Ou nas coisas que deixamos para trás
Quando resolveres buscar-me
Querida, não me busque, procure paz.

Se tu me procuras deve haver um motivo,
Quem  te manda procurar, não sei.
Só sei que não te quero mais agora,
Nem outrora, não quero sentir outra vez.
Ela me enroscava sobre seu manto de seda,
E eu aceitei.
Caímos juntas mais uma vez.

Apareces calada,
Assim como o vento bate na água,
E água por sua vez recua,
Mesmo sendo mais forte.
O vento faz o mar ter inconstantes ondas,
E tu me faz viver inconstante, sempre.
Assim como o mar.
Desde já deixo um pedido,
Ó tão vil e perversa
Tu que provocas medo nos homens
Tu que andas por aí calada
Nas mentes, nos corações,
Tu que acredita ser lúcida e correta,
Sem imperfeições.
Deixe-me em paz,
Por mais que queira buscar-me,
Não me busque!
Deixe-me viver a tua sombra,
Mas não ao teu lado,
Deixe-me apenas te conhecer,
Para saber que devo manter-me afastada, sempre.
Pena que não me escutas.

- Priscila Cavalcanti.

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