domingo, 21 de fevereiro de 2010

Condicional

E se fosse tempo ninguém sentia dor,
E a cor que sorria na tua face era apenas minha.
Se fosse triste, ninguém era feliz.
Felizes dizem que são, e eu apenas ouço.
Que quando toquei tua pele em cor de mel
Ameaçada pela força do desejo,
Que quando gritei teu nome,
Alegria eu era em noite de solidão.
E carmim que brilhava era mais puro,
De laço que se rompeu,
E confuso o vento adormeceu,
Em tua pele e minha.
E se tivesse cor,
Colorida era à noite,
E todo dia era carnaval,
E a alegria era mostrada escondendo a felicidade.
E se fosse verdade
Hoje a verdade matéria era,
E se fosse matéria
eu aprendia
Só pra ter, todos os dias, e dias...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

De passagem

Para novos e ancestrais amores,
Canto a canção do adeus.
No solo secam as flores,
E as luzes que tinham olhos teus.

Não digo que tua é minha culpa.
Esparramada, engatilhada,
Solitária e culpada.
Intensa e dura, paixão de jornada.


De olhos desesperados.
Boca tua na minha, calados.
Hoje correm as lágrimas de um lado
As mesmas do fogo apagado.

Contradições que atenuam ilusões.
Sonho momentâneo, intenso.
Confiável, adjetivo raro
Para quem vive uma vida em um segundo
Paixões são milésimos

Canto o adeus chorado,
E agora aliviado.
De lembranças é feito o passado.
O presente com um laço
Em tua boca amarrado.

Gritos, sussurros calados.
Que moram agora em lembranças.
O mar de saudades agoniado.

Minhas ondas,
Minhas esperanças,
Cantadas ao vento.