terça-feira, 2 de novembro de 2010

Benevolência

Espero por meu bem,
Enquanto a chuva cai
Quero tanto bem
E a chuva aumenta mais.

Espero por meu bem,
E ela insiste em não chegar,
O que houve com meu bem?
Será a chuva que não quer parar?

O Sol vem vindo,
Vem meu bem descabelada,
A roupa molhada,
A pele esverdeada,
Pergunto:
O que foi meu bem que vens assim toda encharcada?
Diga-me bem, o que fizestes da noitada,
Enquanto sozinho te esperava?

E meu bem de cara lavada,
Responde-me sem meias palavras:
“Abriguei-me meu bem,
Pra fugir da enxurrada
Na casa de João,
João da machada,
Mas a casa fraquinha... Caiu...
A madeira não resistiu,
A chuva persistiu,
E fiquei assim,
Encharcada,
Mas com o coração na mão
Não pude deixar João
Na casa derrubada pela água. ”

Ai meu bem, 
Quanto és boa,
E és minha amada
Tão boba e solidaria,
Meu bem,
A cada dia cresce mais essas tolices,
E eu aqui pensando em...
Coisas que colocam em nossa cabeça...