domingo, 11 de julho de 2010

Noves fora

Nosso, teu e meu
Em um que não se divide
A matemática da vida
Recuperação não existe.

A mágica, a lógica que imita
Soando flores unidas
Melodia.

Cor de alegria,
Gritos, sorrisos.
E quem chorou não conheceu o riso.

Grito meu, nosso e teu.
A festa da pulsação.
Harmonia de vozes.
Guia e sina.
Luz e dia.
Escuro e medo.

Ah Maria, quantas festas da vida
Onde a melodia foi tristeza.

Do alto


Descendo a ladeira.
É dia de feira,
E Maria ta lá.

Sacola na mão, menino na outra.
A feira que é pouca
Dinheiro não tem pra comprar.

Seus olhos enxergam
Miséria maior que a sua,
Nem resta, mas ela dar.
Jesus vai recompensar.

Suor e lagrima,
Tristeza e mágoa,
Apagaram a chama,
Da vela que se tinha de acender.

É o que diz, e faz Maria dizer
Dinheiro não tem pra comer,
É dia de feira, e era pra ser um dia feliz.

Mas eu vejo só do alto.
E o culpado?
Do alto me ver.

Mas é só Maria,
De vida, de sina.
E de luz apagada.



-Priscila Cavalcanti