sábado, 18 de dezembro de 2010

...


Na verdade foi só saudade e a sensação de não mais pertencer.
O ser – humano sente falta até daquilo que não pode ter, que nunca teve.
Ah, mas foi saudade misturada com uma pontinha de dor e de solidão.
Ah, se as horas voltassem atrás, então...
Eu faria a mesma coisa, do jeitinho de ontem, porque essa saudade...
É boa, é constante e não me deixa só.

Purgatório


Não era pra ser verdade
Na realidade
O diabo veste saias meu bem.
De unhas pintadas
Cor de carmim
Vestido curto
Cheirando a jasmim
E a pecado...
Segundos ao meu lado
Mostro teu fim.
E um começo apertado
Em nossas mãos em ato,
Pensamentos em tortura,
Leva-me as alturas,
E ao inferno em seguir.
Em seguir teus passos,
Doce candura de disfarce,
Nenhum aparate
Arranca-te mais de mim. [Não nessa noite]

sábado, 11 de dezembro de 2010

Saudade


Ver se volta,
A porta segue aberta
Esperando você voltar.
Ver se chora,
Acorda triste
Para me contar.

Que foi triste,
Quando longe estavas,
Mostra-te infeliz,
Furiosa.
Para que essa hora desastrosa,
Que resolvestes partir
Suma da memória,
E apague a cicatriz.

Mostra que se importa,
Comigo,
Por ter ficado aqui,
Sem abrigo,
Esperando você chegar.

Abre essa porta,
Com ira, amorosa....
Dizendo que me adora,
Pede perdão e implora,
Para eu te perdoar.

E eu bobo enamorado,
Recebo-te em meus braços,
E te dou todas as caricias...
Mostro-te todas as delícias...
Que um homem apaixonado
Pode mostrar.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Era uma vez


Era um moleque...
Roubava, comprava, lutava, sorria...
Pedir pão na porta da padaria,
Diversão do dia.

Era um moleque...
A rua dizia:
“Corra logo ou chamo a polícia”
E ele corria,
Afinal... Era moleque.

Sofria, pois pão não tinha,
A mãe nem sempre sadia,
Lutava em cima da cama,
Contra a miséria,
Na lama.

O pai sumiu na vida,
Nem o nome,
Da boca saia,
Nem a imagem
A retina lembrava,
Mas era o pai do moleque,
Na boca orgulhada.

Pivete, malandro,
Como todo brasileiro
Que não é santo,
O moleque lutava pra viver.
Se era justo ou não,
Não tinha como ele saber.

O moleque não sabia,
Escutava todo dia,
Só o povo falar,
Mais malandra é a vida,
Um dia ela vai te ensinar.

E o que a boca não diga,
Não se faça verdade,
Na realidade,
Era um pedaço de comida,
Com um pedaço de verdade.

Era um moleque,
Que como milhões de outros moleques
Virou a esquina
Que como milhões de outros moleques
Sofreu bala perdida,
Que como milhões de outros moloque
Morreu a míngua,
Na língua da miséria.

O povo olha e continua a vida,
Afinal... Ah, é o moleque!

Na calçada fica
O resto de comida,
Que era pra sua mãe.
Misturada com o corpo,
Chega o socorro,
E os cães.

Era pivete,
Era um brasileiro em luta pela vida,
Era moleque,
Era o retrato pintado da nação perdida.

O novo Brasil


Segundo Aristóteles (Política IV), as eleições são aristocráticas, não democráticas: Elas introduzem o elemento da escolha reflexiva, da seleção das “MELHORES PESSOAS”, os aristoi, em vez de um governo por todos.

Muito tempo se passou para que hoje pudéssemos ter direito ao voto e escolhermos o nosso representante para lutar pela garantia de nossos direitos. Muitos pensadores foram para guilhotina, muito sangue foi derramado nas ruas, muita gente sofreu fortes torturas para lutar por um direito inerente a toda a população: O direito de escolher o seu destino, o destino de seu país.
Tempo depois, sinto profunda tristeza ao ver que tanto esforço não está sendo totalmente reconhecido em nossa sociedade, a juventude que antes ia para as ruas lutar pelos seus direitos ou pelo direito dos outros, hoje fica em casa tomando coca-cola, no MSN, e escutando o: “Rebolation”
Não vejo mais nessa juventude o brilho nos olhos por justiça, a vontade de estudar, não só para passar de ano, mas para obter conhecimento.
Não vejo mais nessa juventude o respeito com o próximo, o sentimento de mudança, para essa nova juventude alienada a sensação é de “tanto faz”, de imitação, de conformismo. A criatividade vem sendo descartada, é mais fácil copiar o outro do que ter seu próprio pensamento, suas próprias atitudes.
Para ser aceito, os jovens estão se submetendo a um pensando intolerante, onde todas as pessoas devem ser iguais, seguir a mídia, a moda, ter o corpo ideal... Isso vem tomando uma proporção cada vez maior, notasse um aumento de casos de bulemia, anorexia, jovens deformados pelo o uso de anabolizantes... Quando não, MORTOS.
O ser - humano vem sendo tratado como objeto ou... Como frutas... Desprezível. Se você não acredita... Escute as músicas que hoje fazem sucesso entre os jovens: “Sou garota melancia e balanço a minha bunda”. Se ainda parecer pouco, assista aos filmes que hoje fazem sucesso onde existem mais propagandas do que conteúdo.
Se ainda assim você achar que a situação não é tão grave... Passe a noite em uma rua movimentada e veja jovens com o som do carro ligado, em um volume muito alto, com músicas de depravação, bebendo, fumando, fazendo orgias em plena via publica.
É isso que a juventude se tornou? E você me pergunta...
O que isso tem a ver com democracia? E a resposta é simples...
Em período eleitoral o que mais escuto é: “Só voto porque senão vou pagar multa, dar meu voto a esses bandidos...”
Enquanto essa visão pessimista perdurar, e o voto ser por obrigação, o Brasil nunca será um país do futuro.
É um absurdo que o voto tenha que ser obrigatório para que as pessoas possam ir as ruas, e decidam o futuro da nação.
E agora você me questiona? E o que isso tem a ver com os jovens?
E eu te respondo: TUDO.
O político do futuro está sendo formado agora, como o eleitorado. E como será o governo desses futuros políticos? Cheios de intolerância, desrespeito, pensando somente em si. Esses jovens que quebram uma lâmpada na cabeça do outro por homofobia.
E quem será o eleitorado do futuro? Com certeza um eleitorado alienado, que não vai estar nem aí para a questão política e social do seu país. Esses jovens que ficam em casa, consumindo o produto da TV, no seu mundo virtual, alienados, E a educação? E as desigualdades? Para eles, “tanto faz”, daqui a dois anos, eles irão votar em outro político que faça a melhor propaganda, que venda seu produto melhor, afinal... Não estamos votando mais por ideologia e sim por consumismo.