segunda-feira, 25 de julho de 2011

Espelho

Tentando ficar cego em um mundo colorido
Enxergando sozinho o preto e branco das janelas,
Elas gritam para eu me afastar,
Eu a ouvir gritar, e era tarde.

Eu escutei em um minuto
todas as verdades sobre o mundo,
Eu não queria saber.

Eu lutei sozinho contra esse óculos
de lente límpida como um poço escuro
cheio de lama e rancor.

Eu fui procurar pelo mundo,
Que estava escondido atrás dos olhos,
Dos velhos olhos,
Que hoje quero cegar.

Eu fui, eu ouvi, eu fiquei,
Eu sofri, eu amei, eu chorei,
Eu sorri, eu gritei, e ecoei:  É apenas eu!

sábado, 23 de julho de 2011

Prisão

A solidão é ferida ardendo,
Vou tentando sobreviver ao gelo.
Vou escrevendo entre mentiras e trapaças
Entre verdades cavernosas,
Vou andando nessa noite tortuosa,
Torturando entre o ter e a falta.
Entre o nada e a vaga lembrança de tudo.

A imaginação ajuda a aquecer,
A loucura tenta disfarçar e diz que tudo é leve, é doce.
Como se fosse só,
Como se eu fosse só,
Como se eu fosse o sol com as chamas apagadas.

domingo, 12 de junho de 2011

Relato

Relatando o escuro e o medo,
Seguindo as vestes da sombra que me assola o peito
Destrói a alma,
Grita escondida, calada...
Com medo do tudo, com medo do nada.

O tudo virando nada,
O tudo virando alma
A alma vazia de nada
E cheia de tudo.

O peito gritando em brasa
O pensamento em tortura mata,
Esgaça, esfola, implora, chora,
Os pensamentos em tortura gritam.

Relatando o escuro e medo
De uma noite de vazia
Que me enchi logo de tudo
Para não morrer
Para ser feliz, um segundo
Em viver. 

domingo, 15 de maio de 2011

(...)

Não dê tanta importância assim, tudo que eu tenho é medo de te perder pra essas lembranças que ainda te afetam, mesmo que de forma negativa.
Essas lembranças, as quais, nunca poderia competir, pois elas pararam no tempo, e eu sigo arriscando a cabeça todos os dias.
E eu fico assim,  querendo beber de uma vez a ultima dose de felicidade que resta na garrafa. Querendo a garantia de um pra sempre, querendo te prender a mim e tornando todo o externo ameaça.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O despertar

O sol nascendo aos pouquinhos,
Corre que lá do mar ele vai surgir.

Aquela bola de fogo,
Nós podemos pegar,
Apenas...
Dê-me sua mão.

Corre...
Vem ver o que ele está dizendo,
O dia está amanhecendo
E você insisti em dormir.

Vem sentir,
Vem sentir o calor que brota aos pouquinhos,
Bem de leve,
De mansinho,
Nos convidado a desenrolar.

E o dia vem chegando,
Vem passando,
Vem amar.

Ah, como é lindo esse seu sorriso,
Por detrás desse seu jeitinho
Tantas coisas a desvendar.

Ah, como é bom à vida assim juntinho...
Eu e você,
O Sol e o mar.

domingo, 3 de abril de 2011

Sombra


Estamos atravessando o sol,
Nós não notamos que nossos pés queimam.
Para você estamos apenas atravessando o sol,
E finjo não sentir toda a chama.

Para você a lua é um lugar frio,
Difícil de ser conviver,
E eu finjo não ser a lua.
Às vezes você acredita
Outras vezes você percebe que há algo errado.

Eu estou entrando de novo
De olhos fechados.

Você está limpa.
Não é um jogo, mas ontem eu estava farto.
Hoje eu te desejo.
Não é um jogo,
São sentimentos...
Eu não sei brincar,
Não posso deixar a máscara cair.

sábado, 5 de março de 2011

Levando


Sem motivos pra alegria nem tristeza, vou levando assim... Meio esquerdo, meio direito, tentando acertar, mas esperando o erro.
Enquanto vejo os carros que voam na estrada, vou lembrando... Lembrando das pessoas que conheci, dos meus melhores momentos, dos piores também... Procuro não lembrar de você para manter essa paz inventada que serve como um cobertor fino em noite de inverno.
Olho o céu, e ele está no mesmo lugar, diferente das pessoas... Algumas perdi para morte, algumas perdi por medo de atravessar a rua, algumas, algumas me perderam... E isso é o que eu não preciso lembrar hoje.
Prefiro olhar para o céu, lembrar de momentos inventados que passei ao teu lado, fecho a janela, me viro... E coloco um cobertor que me aqueça o corpo, enquanto minha alma segue fria...

sábado, 1 de janeiro de 2011

1° tempo


Te amarei, te amarei por essa noite, brincarei em teu corpo, te alucinarei com frases prontas sussurradas em teu ouvido docemente como o vento. Entrelaçarei tuas pernas com minhas pernas formando tranças em transas noite à dentro. Chorarei em teu ombro, contarei historias inventadas para que tenhas pena de mim, roubarei tua alma e teu coração, essa noite tu não mais esqueceras... Mas com o sol aparecendo de mansinho na janela, deixa o recado que deves ir, buscar outra pra dormir, pra te consumir mais ou melhor do que já fiz essa noite.
Não posso te guardar pra mim, não posso te ter, nem te possuir por mais de uma noite, os sentimentos estragam tudo e não quero estragar esse momento de amor, mentiras e prazer. Minha vida é feita de momentos, e no intervalo deles eu sou triste, sozinha e aquelas historias inventadas em teu ombro se fazem verdade na palavra solidão... Tu não suportarias... Dizem que somos mais fortes quando estamos juntos, e isso se faz verdade em minha dor, ela se faz inseparável de mim para que eu não possa dividi-la com mais ninguém. Ela me possui assim como te possuí essa noite.
Mas esquece isso, tem um pouco mais de pena de mim, deixa chorar mais um pouco em teu ombro, e te dar caricias, te dar amor, antes que o sol chegue e ilumine quem verdadeiramente sou. Deixa esconder-me entre teus cabelos negros, pois neles sempre é noite.