domingo, 12 de julho de 2009

Presentes.

À noite me pego pensando no que fazer no outro dia que vou ganhar de presente, se for ganhar mesmo na verdade... Será que ganhamos o dia? Se ganharmos é um presente, presentes sempre são bons e bem vindos... Porém não em grande parte estou certa. Mas se eu começar a falar agora naqueles presentes que ninguém quer receber? Existem presentes que são repetitivos, enjoamos deles e não damos o valor merecido. Existem presentes humildes, simples, damos obrigada e colocamos um sorriso no rosto falso, falso... Quando chegamos ao quarto, ou até mesmo no carro, o jogamos dentro do guarda-roupa ou no banco traseiro como se fosse qualquer coisa que recebemos por obrigação de ter que aceitar, lá no fundo está pensando: O que eu vou fazer com isso? Existem presentes que aparecem em horas inoportunas, como aquele velho conjunto de pano de prato que você ganhou no dia das mães... Poxa, o presente é pra mim, e não pra casa... Diz: Obrigada! E dar um beijo seco, e frio no seu filho... Contudo existem presentes que adoramos receber, presentes únicos, presentes caros, e você chega a pensar: se recebo um presente caro assim, é porque pra alguém eu valho muito, sou única pra alguém... Por um minuto mesmo que sua moral, e bom censo descarte essa hipótese, de alguma forma você se compara com o dinheiro, e associa dinheiro com valores. Você não quer acreditar, é bem mais simples fechar os olhos, você se sente mais leve quando não enxerga o que está na sua frente. É bem mais fácil gostar daquele presente mais bonito, mais caro, mais prazeroso.
Tem dias que me pego pensando, por que hoje vivo sozinho? Por que não tenho mais amigos? Por que minha vida passou e eu nem percebi? Minha vida foi uma desgraça, por que eu vim ao mundo pra sofrer tanto assim? É algum castigo de um pecado que cometi na outra vida? Penso, penso, penso... Hoje comparei esses presentes aos dias da minha vida, se eu tivesse aproveitado minha rotina, e tivesse pensado nela como uma coisa boa, uma nova chance de fazer a mesma coisa do dia anterior, mas dessa vez acertar... Se eu tivesse dado valor á dias simples, eles são o que mais você vai lembrar no futuro, se eu tivesse parado no meio daquele turbilhão de idéias olhado para o céu, e ter escrito o que sentia naquele momento, hoje pegaria minhas anotações e lembraria sentimentos antigos. Se eu tivesse dado mais importância a minha vida, hoje teria mais amigos, ao invés de colegas. Hoje eu teria uma companhia, hoje eu teria um livro da minha vida, me arrependo? Sim! Do que eu poderia ter feito, e não fiz... Arrependimento não basta, é pouco é como perceber que algo está errado e ficar calado pasmo na frente do problema, eu me arrependo e estou tentando mudar. Hoje escrevi o que estou pensando, será que vou ler algum dia? Se isso fosse há dois anos atrás eu diria que não, acharia que antes de ler isso eu já estaria morto... Mas eu disse SE, veja bem... Hoje eu digo: SIM, eu irei ler isso futuramente, espero longos, simples, e repetitivos presentes.

- Priscila Cavalcanti

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