quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Dia branco

Ao encontrar uma folha de papel em branco, me sinto uma criança, com a cabeça cheia de idéias, o destino daquela folha está em minhas mãos... Isso pode parece tolice para alguns, mas para mim não. Não é apenas uma simples folha, mas sim o objeto que farei uso para despejar em limitado espaço um pouco do que se passa em minha mente.
E logo vem a primeira duvida: “o que eu devo fazer?” Um desenho talvez... Adoro desenhar dias de sol e castelos, aprendi um dia na escola e nunca mais esqueci.
Mas penso de novo, e lembro os inúmeros castelos e dias ensolarados que tenho guardados em minha gaveta, foi esse o destino que dei para algumas folhas, elas não são admiradas por ninguém, nem são de tamanha beleza como as obras de Michelangelo, porém noto que elas são felizes, preenchi todo o espaço que elas tinham com amor, verdade, inocência, e amor mais uma vez... Amor nunca pode faltar ao escolher o grandioso destino de uma folha... Isso basta!
Tudo começa em uma folha em branco, a construção de um grande prédio, os belíssimos textos de inúmeros autores, os roteiros de filme, um ‘eu te amo’ de um filho para um mãe quando aprende a escrever, uma carta de alguém que mora longe e deseja amenizar a saudade da outra pessoa que a espera... A, são tantas as coisas das mais simples as mais complexas.
Uma folha de papel com o destino certo pode levar uma pessoa a diferentes lugares do mundo e da mente, pode ferir sentimentos, exaltar o amor, tocar o coração, se tornar uma canção, trazer sorrisos, lagrimas, esperanças... Que poder magnífico tem uma folha de papel...
Tem gente que a procura já tendo em mente o que vai fazer, tem gente que a encontra e daí decidi o que vai fazer, tem gente joga no lixo e perde a oportunidade de entender um pouco sua mente, seus pensamentos. E como se não bastasse ainda dizem a frase: ‘não tenho tempo para uma simples folha de papel em branco. ’ Não ter tempo para si é algo meio contraditório.
Hoje eu escolhi uma simples folha em branco, não queria uma folha perfeita, pois teria medo de errar... Então ela continuaria em branco, pois não teria coragem de cometer erros em uma folha perfeita.
Já em uma folha em branco mais simples, não teria medo de borrá-la, pois quando isso acontecesse lembraria da borracha esquecida em cima da mesa, apagaria tudo que não me fizesse bem, mesmo que ainda ficasse borrões eu saberia que foram eles quem me ajudaram a tornar o destino da folha mais bonito.
E um dia eu acabei descobrindo que eu poderia fazer a mesma coisa que eu faço com as folhas em branco em dias da minha vida.
Cada dia está pronto para ser desenhado do jeito que você quiser. Você tem um dia limpo, em branco, e cabe a você escolher o que fazer com ele. Pense bem, antes de escolher o destino de cada dia, você pode apagar aquilo que não te faz bem, aproveitar a folha e começar de novo.
Não jogue o dia fora fazendo aquilo que não te satisfaz, que não faz de você uma pessoa melhor.
São inúmeras as semelhanças entre o papel rabiscado com letras tortas, escrito um ‘eu te amo’, e o mais belo poema de Shakespeare . Todos eles começaram em uma simples folha de papel, e neles foram depositados sentimentos.
A folha em branco pode te fazer chorar, sonhar, sorrir, amar...
O que vai diferencia uma folha em branco das outras, é o que você vai fazer com ela.

- Priscila Cavalcanti

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